Definições


A

Ação antrópica – Qualquer atividade desenvolvida pelo homem sobre o meio ambiente, independentemente de ser maléfica ou não.

Água – Substância mineral encontrada na natureza em estado líquido, sólido ou em forma de vapor, formada por duas moléculas de hidrogênio e uma de oxigênio (H2O), sendo responsável pela existência e pela manutenção da vida na Terra.

Água bruta – Água que se encontra em fonte de abastecimento, antes de receber qualquer tipo de tratamento.

Água doce – Água que contém menos de 1000 miligramas de sólidos dissolvidos por litro.

Água potável – Água que se destina ao consumo humano, devendo se apresentar incolor e transparente, além de não poder conter nenhum germe patogênico (que cause doenças) ou substâncias nocivas à saúde humana.

Água salgada – Água que contém quantidades significativas de sais dissolvidos.

Água salobra – Água com salinidade intermediária entre 5% e 30%.

Água subterrânea – Água presente no subsolo, abaixo da superfície do terreno.

Aquífero – Formação geológica com capacidade de armazenar e/ou transmitir água.

Área de Proteção Ambiental (APA) – Área pertencente ao grupo das unidades de conservação de uso direto, sustentável e regida por dispositivos legais. Constitui-se de área em geral extensa, com certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais, especialmente importantes para a qualidade de vida e bem-estar da população residente e do entorno.

Área de Preservação Permanente (APP) – Área legalmente protegida, coberta ou não de vegetação, que possui funções ambientais, tais como: atenuar a erosão, preservar os rios, nascentes e lagos, contribuindo para a qualidade das águas e sua manutenção. Só pode sofrer intervenção com autorização dos órgãos competentes. São exemplos de APP: margens de rios, área ao redor de lagos, topos de morros etc.

Área úmida – Toda extensão de pântanos, charcos e turfas, ou superfícies cobertas de água, de regime natural ou artificial, permanentes ou temporárias, contendo água parada ou corrente, doce, salobra ou salgada. Áreas marinhas com profundidade de até seis metros, em situação de maré baixa, também são consideradas áreas úmidas.

B

Bacia hidrográfica – Unidade territorial de planejamento e gerenciamento das águas. Constitui-se no conjunto de terras delimitadas pelos divisores de água e drenadas por um rio principal, seus afluentes e subafluentes. A bacia hidrográfica evidencia a hierarquização dos rios, ou seja, a organização natural por ordem de menor volume (nascentes e córregos) para os mais caudalosos (rios), escoando dos pontos mais altos para os mais baixos.

Barragem – Barreira dotada de uma série de comportas ou outros mecanismos de controle, construída transversalmente a um curso d’água para controlar os níveis das águas de montante, regular o escoamento ou derivar suas águas para canais.

Bioindicador – Animal ou vegetal cuja presença em um determinado ambiente indica a existência de modificações de natureza biológica, física ou química.

Brejo – Terreno molhado ou saturado de água, alagável de tempos em tempos, coberto com vegetação natural própria, no qual predominam arbustos e gramíneas, com ocorrência de algumas espécies arbóreas.

C

Cabeceira – Área situada a montante de um curso d'água, próximo a sua nascente.

Canal – Curso artificial que conduz água para os locais de consumo ou aumentam a capacidade de escoamento dos cursos naturais durante as enchentes. Pode ainda remover o excesso de água em terrenos pantanosos ou excessivamente úmidos.

Canalização – Toda obra ou serviço que tenha por objetivo dar forma geométrica definida para a seção transversal do curso d'água, ou trecho deste, com ou sem revestimento de qualquer espécie nas margens ou no fundo.

Captação – Estrutura construída junto a um corpo d’água que permite o desvio, controlado ou não, de um certo volume, com a finalidade de atender a um ou mais usos da água.

Ciclo hidrológico – Sistema pelo qual a natureza faz a água circular do oceano para a atmosfera e daí para os continentes, de onde retorna, superficial e subterraneamente, ao oceano.

Colúvio – Sedimento proveniente de montante (depósito coluvial).

Confluência – Local de junção entre trechos de drenagem.

Conservação – É o conjunto de atividades e políticas que asseguram a contínua disponibilidade e existência de um recurso.

Corpo d’água efêmero – Aquele que dura pouco, só existe durante alguns dias após uma precipitação; corpo d'água transitório, passageiro ou que dura pouco tempo.

Corpo d’água intermitente – Aquele em que a água desaparece nos períodos de estiagem.

Corpo d’água perene – Aquele em que há sempre água fluindo em seu leito.

Córrego – É um corpo de água corrente de pequeno porte.

D

Desmatamento – Retirada das matas e florestas naturais para o aproveitamento da madeira ou para a utilização do solo em atividades diversas. O desmatamento nas nascentes dos rios ou riachos provoca o progressivo desaparecimento do manancial; quando ocorre nas margens dos rios, riachos, lagos e açudes provoca problemas como o assoreamento e facilita o transporte (carreamento) de materiais de todo tamanho e espécie para o interior dos corpos d'água.

Dique – Barragem natural ou artificial, ao longo de uma extremidade de um córrego, de um rio ou de um lago.

E

Efluentes – Águas residuais das diversas atividades humanas ou dejetos líquidos ou gasosos emitidos por indústrias ou residências.

Elúvio – Material alterado por intemperização química que permanece in situ.

Esgoto – Tubulação utilizada para a passagem de dejetos orgânicos a serem descartados.

Espelho d’água – Superfície contínua de água, exposta à atmosfera e visível de uma determinada altitude, relacionada com lagos, lagoas, rios e reservatórios de barragens e açudes.

Erosão – Desgaste, dissolução ou remoção do solo ou rochas, principalmente por ação de agentes intempéricos (chuvas, ventos, degelo etc.). O processo natural de erosão pode se acelerar, direta ou indiretamente, pela ação humana. A remoção da cobertura vegetal e a destruição da flora pelo efeito da emissão de poluentes em altas concentrações na atmosfera são exemplos de fatores que provocam erosão ou aceleram o processo erosivo natural.

F

Fluxo d'água – Ocorre quando o nível do lençol freático intercepta a superfície do solo; local onde aflora a água subterrânea naturalmente, mesmo que de forma intermitente.

Fonte de água impura – Água de vendedores, caminhões-pipa, além de poços e nascentes sem proteção.

Fonte de água pura – Uma ligação doméstica, uma bica pública, uma perfuração, um poço ou uma nascente protegida, ou uma cisterna para coletar água da chuva.

Fossa séptica – Tanque no qual o esgoto é depositado, permanecendo ali até que seja desintegrado por bactérias.

Foz – Local de término de um curso d´água, caracterizado pelo lugar de menor altitude desse curso d’água, onde seu trecho de drenagem mais a jusante (último trecho) desemboca em outro curso d’água, lago, mar ou qualquer outro corpo d’água.

G

Gleissolo – Hidromorfia expressa por forte gleização, resultante de processamento de intensa redução de compostos de ferro, em presença de matéria orgânica, com ou sem alternância de oxidação, por efeito de flutuação de nível do lençol freático, em condições de regime de excesso de umidade permanente ou periódico.

H

Hierarquização dos córregos – Os corpos d’água são categorizados em “ordem”. Um corpo d’água de primeira ordem está associado à nascente; quando esse corpo d’água se conecta a outro corpo d’água é chamado de segunda ordem; quando dois corpos d’água se conectam passam a ser chamados de terceira ordem, e assim sucessivamente.

I

Iluvial – Nome dado ao horizonte que recebe ou ganha materiais de outros horizontes.

Impacto ambiental – Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas ou biológicas do meio ambiente, causado por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem-estar da população, as atividades sociais e econômicas, a biota, as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos recursos ambientais.

J

Jusante – Direção que acompanha o mesmo sentido de uma corrente.

L

Lago – Depressão natural na superfície da Terra que contém permanentemente uma quantidade variável de água. Essa água pode ser proveniente da chuva, de uma nascente local ou de cursos d'água, como rios, também pode ser glacial (geleira que deságue nessa depressão).

Leito de um rio – Parte mais baixa do vale de um rio, modelada pelo escoamento da água, ao longo da qual se deslocam, em períodos normais, a água e os sedimentos.

Lençol freático – Porção de água retida na zona não saturada do aquífero livre, geralmente acima de uma camada impermeável. Também é chamado de nível d'água, lençol superficial ou lençol de água.

Lixiviação – Processo pelo qual materiais solúveis no solo, como sais, nutrientes, pesticidas ou poluentes, são arrastados até uma camada mais inferior do solo, ou se dissolvem e são transportados pela água.

M

Manancial – Qualquer corpo d’água, superficial ou subterrâneo, utilizado para abastecimento humano, industrial, animal ou irrigação.

Mata ciliar – Vegetação predominantemente arbórea que acompanha a margem dos rios.

Mata de galeria – Floresta que orla um ou os dois lados de um curso d’água.

Montante – Qualitativo de um ponto ou uma área que, ao longo de um curso d’água, fica altimetricamente acima de outra, em direção curso acima.

N

Nascente – Afloramento natural do lençol freático que apresenta perenidade e dá início a um curso d’água. Sistema marcado por feição geomorfológica ou estrutura geológica em que ocorre a exfiltração da água de modo temporário ou perene, formando canais de drenagem a jusante.

Nascente difusa – A exfiltração ocorre em uma área e não é possível afirmar o principal local de saída da água, originando terrenos de solo encharcado.

Nascentes múltiplas – São casos intermediários entre as pontuais e as difusas. São constituídas por uma série de exfiltrações pontuais ou várias áreas de exfiltração.

Nascente pontual – Ponto de surgência de água bem definido; exfiltração em apenas um ponto facilmente individualizado de seu entorno jusante pelo afloramento da água subterrânea.

O

Olho d’água – Afloramento natural do lençol freático, mesmo que intermitente.

P

Poluição – Degradação da qualidade ambiental resultante das atividades que direta ou indiretamente prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população.

Precipitação – Termo utilizado para indicar qualquer deposição em forma líquida ou sólida, derivada da atmosfera, chuva, neve, granizo, geada e orvalho.

Preservação – É tornar intocáveis os recursos naturais e os recursos hídricos, preservando-os para as futuras gerações. Não se deve confundir com "proteção" e "conservação", que permitem o uso e aproveitamento racional.

Q

Qualidade da água – Definida através de propriedades físicas, químicas e biológicas, sendo essas propriedades e os respectivos níveis definidos em função do uso a que a água se destina.

R

Regime – Condição de um curso d'água ou de seu leito no que se refere a sua estabilidade (se é temporário/intermitente ou perene/permanente). É também o conjunto das variações na forma de escoamento de um líquido ou no volume deste (curso de água, represa, chuva etc.).

Rio – Curso natural de água, usualmente de água doce, que flui no sentido de um oceano, um lago, um mar, ou um outro rio. Em alguns casos, um rio simplesmente flui para o solo ou seca completamente antes de chegar a um outro corpo d'água.

S

Sedimentação – Deposição de material sob a forma sólida em condições físico-químicas normais na superfície terrestre, podendo ser formada em meio aéreo ou líquido.

Segurança hídrica – Condição que visa garantir quantidade e qualidade aceitável de água para abastecimento, alimentação, preservação de ecossistemas e demais usos, associados a um nível aceitável de riscos relacionados com a água para as pessoas, economias e meio ambiente.

T

Talvegue – Linha variável ao longo do tempo que se encontra no meio da junção mais profunda de um vale ou rio.

Tributários – Corpos d'água que deságuam num curso maior ou num lago. São chamados também de afluentes.

U

Umidade – Termo utilizado para descrever a quantidade de vapor d’água contido na atmosfera.

Unidades de conservação – São áreas naturais (incluindo seus recursos ambientais e as águas jurisdicionais) legalmente instituídas pelo Poder Público, com limites definidos e características relevantes, com objetivos de conservação e sob regime especial de administração, às quais se aplicam garantias adequadas de proteção .

V

Várzeas – Terras planas próximas ao fundo do vale de um curso d’água, inundadas quando o escoamento do curso d’água exceda a capacidade normal do canal.

Vazante – Período ou época do ano em que ocorre o nível mais baixo das águas de um rio.

Vazão – Volume de água, medido em litros por segundos ou metros cúbicos por hora, que é retirado de um poço, por meio de uma bomba ou compressor.

Vereda – Ambiente natural úmido, típico do domínio do Cerrado, que se caracteriza comumente pela presença do buriti, palmeira que ocorre em meio a agrupamentos de espécies vegetais de porte arbóreo e arbustivo.

Z

Zona de Interesse Ambiental (ZIA) – Área que tem por objetivo a recuperação, a preservação ou conservação ambiental, destinada a uma ocupação de baixa a muito baixa densidade e preferencialmente ao lazer e uso público. 

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