Importância das Nascentes
As nascentes têm importante papel ambiental: além de fornecerem água para os córregos e rios que abastecem toda a cidade, elas também são fonte de vida para outros organismos. Para que as nascentes continuem vivas, é necessário cuidar de seu entorno, considerado legalmente como uma Área de Preservação Permanente (APP).
Nascentes e córregos urbanos recebem constantemente lixo e esgoto, com isso, vários organismos presentes nesses ambientes não conseguem sobreviver ou não desenvolvem seu papel ecológico.
A população é diretamente afetada pela poluição das águas. O aumento de casos de doenças, a diminuição da oferta de água e de locais para atividades de recreação e lazer são alguns dos prejuízos gerados pela poluição, além dos elevados gastos financeiros para tratar a água.
As APPs garantem a integridade das nascentes, tendo a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, além de proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.
Os entornos das nascentes geralmente são áreas úmidas, que, como tal, apresentam solos característicos (hidromórficos) e plantas adaptadas a inundações periódicas e que desempenham diversas funções ecológicas ligadas ao bem-estar humano.
As ervas, arbustos e árvores do entorno das nascentes funcionam como os cílios dos olhos das pessoas, porque protegem naturalmente o solo e o corpo hídrico.
A vegetação do entorno das nascentes tem a capacidade de minimizar os efeitos devastadores das enxurradas e os processos erosivos, purificar o ar, filtrar os poluentes e auxiliar na regulação do ciclo da água.
O ambiente das nascentes, quando protegido, mantém uma temperatura mais amena, além de servir de abrigo e fornecer alimento para a fauna silvestre.
Diversos animais encontrados nas nascentes desempenham serviços ambientais. Alguns (muito pequenos: micro-organismos e insetos) são importantes em diferentes níveis da cadeia alimentar. A própria ciclagem de nutrientes depende, em boa parte, de alguns insetos que devolvem a matéria orgânica e seus nutrientes ao ambiente, por meio da fragmentação e decomposição das folhas que caem no solo.
Os insetos aquáticos têm o papel de filtrar as partículas dos nutrientes e, consequentemente, promovem melhoria na qualidade da água. Alguns desses insetos necessitam de ambiente florestado ou água de boa qualidade para reprodução, não sobrevivendo em ambiente degradado e poluído. Muitos dos invertebrados servem de alimento para peixes e sapos. Os peixes são fundamentais em todas as cadeias alimentares aquáticas. Os sapos, pererecas e rãs são dependentes de ambientes aquáticos e podem indicar sua qualidade e controlar pragas. A presença de algumas rãs indica os locais de áreas de afloramento de água, como, por exemplo, nascentes.
Répteis, como cobras e jacarés, são fundamentais nesses ambientes, por causa do controle que exercem sobre suas presas. As cobras se alimentam de vários pequenos animais, inclusive ratos. Já os jacarés, além de se alimentarem de ratos, também comem caramujos e controlam as populações de peixes.
As aves e os mamíferos são animais chave nas nascentes, pois são importantes dispersores de sementes. Isso faz com que novos indivíduos de plantas sejam incrementados nessas áreas, fornecendo abrigo e alimento para uma série de organismos.
Além das aves serem dispersoras, algumas espécies fazem a polinização das flores e outras maiores alimentam-se de pequenos mamíferos e répteis.
Mamíferos alimentam-se de uma grande variedade de itens e desempenham relevante papel ecológico. Muitas populações de animais são extintas em nascentes degradadas (desmatamento e poluição da água) e não podem mais exercer seus papéis ecológicos. Sem mata ciliar não há proteção para a nascente, nem para a fauna associada a ela.